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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

ALAMEDA DUQUE DE CAXIAS


Esta é a Alameda Duque de Caxias na década de 1930. Em primeiro plano, nota-se parte do campo do Brasil Esporte Clube (mais tarde Palmeiras EC, posteriormente BEC). O local ainda não tinha condições de receber jogos oficiais. Os jogos do campeonato do estadual e Liga Regional eram realizados no campo da Sociedade Ginástica.

A Alameda surgiu no ano de 1852, com a denominação de Palmenalle. Em 1883, esta via foi rebatizada de Boulevard Wendeburg. Em 8 de abril de 1939, mais recebeu outra denominação:  Alameda Duque de Caxias. Isso em função de uma lei que determinava que as ruas com nomes estrangeiros fossem alteradas e colocadas referências de nomes nacionais.

Foto e fonte: Marcos Liesenberg / Blumenau Minha Cidade

sábado, 28 de abril de 2012

A PRIMEIRA VEZ

Estádio do Olímpico: Palmeiras e Botafogo em 1947

Desde 1919, o Blumenau enfrentou  os mais diferentes adversários. Houve jogos contra adversários dos mais diferentes níveis. Do grande Flamengo-RJ até o time amador Santa Tereza de Joaçaba. Do rival Olímpico ao desconhecido Miguelão, de São Miguel do Oeste. Independentente da qualidade do adversário, sempre houve a primeira vez.

Neste artigo, relacionamos o primeiro confronto do BEC contra alguns tradicionais clubes de Santa Catarina e também com os quatro principais times do Rio de Janeiro.

Não conseguimos, por enquanto, o registro conclusivo dos primeiros jogos contra Marcílio Dias, Olímpico, Almirante, Barroso, Hercílio Luz, América e Caxias de Joinville.

Olímpico -No dia 12 de dezembro de 1920, em partida disputada no campo da Sociedade Ginástica, o Brasil goleou o Blumenauense (primeiro nome do Olímpico) por 6 a 1. Na preliminar, o aspirantes time de também atropelou: 4 a 0. Total do dia: Brasil 10 x 1 Blumenauense.

Avaí - No dia 15 de janeiro de 1928, em Florianópolis, o Brasil (primeiro nome do BEC) enfrentou o clube azurra decidindo o título estadual. Vitória avaiana por 3 a 2.

Figueirense - O primeiro duelo também decidiu o título estadual. O Brasil venceu por 2 a 1, no estádio Adolfo Konder, em Florianópolis. Sob a alegação de irregularidade na inscrição do atleta blumenauense José, a Federação Catarinense de Desportos (FCD - atual FCF) anulou a partida. Novo jogo e vitória alvinegra por 7 a 3.

Chapecoense - No dia 24 de novembro de 1974, em jogo da primeira rodada da segunda fase, o Palmeiras foi até Xaxim e perdeu de 4 a 1 para a Chapecoense. No jogo de volta, em Blumenau, houve empate de 1 a 1.

Joinville - A boa equipe do Palmeiras em 1976 venceu por 1 a 0 o primeiro confronto contra o Joinville. A partida disputada no dia 25 de abril, no estádio Aderbal Ramos da Silva.

Criciúma - O primeiro confronto ocorreu no dia 12 de junho de 1966, no estádio Heriberto Hülse, quando os dois clubes ainda tinham a denominação Palmeiras e Comerciário. Vitória criciumense por 2 a 1. No returno do Estadual, o alviverde devolveu o mesmo placar.

Metropol - Duplo 4 a 1. Esta é a história do primeiro confronto entre o Palmeiras e o lendário Metropol. Em Criciúma, no dia 19 de março de 1961, pela fase semifinal do campeonato estadual, o time blumenauense perdeu de 4 a 1. No returno, em Blumenau, o Metropol repetiu o placar. Não era tarefa fácil segurar o time de Dite Freitas.

Brusque FC- O empate de 1 a 1 é o placar do primeiro confronto contra o rival. A partida foi realizada no dia 10 de abril de 1988, pelo Campeonato Estadual, no Augusto Bauer, em Brusque.

Araranguá - A partida de estréia do Blumenau na Segunda Divisão do Estadual, dia 11 de maio de 1986, registrou o primeiro confronto com o time sulino. O jogo foi realizado no estádio Aderbal Ramos da Silva.

Flamengo-RJ - No dia 30 de julho de 1985, o Blumenau venceu o Flamengo por 1 a 0. Este primeiro jogo entre os dois clubes foi um amistoso disputado no estádio do Sesi. O gol foi de Mário, aos 17 minutos do segundo tempo. Para ver a grandeza do triunfo blumenauense, veja a escalação do time carioca: Zé Carlos, Jorginho (Aílton), Leandro, Mozer, Adalberto, Andrade, Élder, Zico, Tita, Bebeto, Paulo Henrique (Chiquinho).

Fluminense-RJ - O empate sem gols no estádio do Sesi, dia 6 de dezembro de 1981, marcou o primeiro jogo contra o time do Rio de Janeiro. Foi primeira vez que o Fluminense jogava em Blumenau.

Botafogo-RJ - O Blumenau enfrentou quatro vezes o Botafogo do Rio de Janeiro. Na primeira, quando ainda chamava-se Palmeiras, ocorreu a vitória do time carioca por 4 a 1. O jogo foi disputado dia 27 de março de 1947, no estádio da Baixada (G.E. Olímpico).

Vasco da Gama-RJ - No dia 8 de dezembro de 1983, o Vasco da Gama superou o Blumenau por 4 a 0. O atacante Roberto Dinamite era a grande atração vascaína.

Foto: revista Esporte Ilustrado

quinta-feira, 26 de abril de 2012

DIA DO GOLEIRO

Goleiro Braulino
Hoje é o Dia do Goleiro. Portanto, momento para recordar e desta maneira homenagear alguns nomes que vestiram a camisa do Blumenau Esporte Clube.

Começamos citando alguns goleiros do Brasil e Palmeiras, antigos nomes do BEC. O primeiro deles foi Ernani, que no dia 21 de setembro de 1919 atuou na partida de estréia do clube. Vitória de 4 a 2 sobre o Tamandaré, time do Colégio Santo Antônio (carinhosamente chamado de Colégio dos Franciscanos).

Outros nomes vestiram a camisa alviverde, tais como Orlando Neves, Mahr, Arnaldo, Miguel, Juca, Adalberto, Jorge (será que foi daí que surgiu o nome do autor do blog?), Wandeir, Tico, Valdir Appel e muitos outros até chegar a Era BEC.

O primeiro goleiro do Blumenau foi Nílson, que vestiu a número um no dia 31 de agosto de 1980. Ele alternou a titularidade até o final da temporada com o Alexandre Borini, ex-Grêmio-RS. O jovem Arruda atuou apenas contra o Joinville, no Ernestão, depois que Borini foi expulso.

Depois deles, o Blumenau teve Juramir, Álvaro, Jurandir, Juarez, Galina, Carlos Alberto, Francis, Evelton, Walter, Leandro, Braulino, Leonetti, Sadi, Alexandre Junior, Paulinho, Alberti, Marcelo, Dagoberto, Nivaldo. São muitos, alguns não foram citados aqui, os goleiros que defenderam as cores tricolores.

Um caso curioso ocorreu em 1986. O goleiro Ludovico (Francisco Ludwig) foi assunto em jornais, emissoras de rádios e TVs. Ele solicitou que fosse chamado de outra maneira. "Ludovico não é nome de goleiro", declarou aos jornalistas e radialistas. "Agora podem me chamar de Francis", afirmou. Deu certo! Ele entrou para a história do clube como o goleiro Francis.

Parabéns a todos os goleiros, especialmente todos os que vestirama a camisa do BEC!

Foto: Súmulas Tchê e blog Memória Avaiana

segunda-feira, 16 de abril de 2012

PRIMEIRO CLÁSSICO DE BLUMENAU NO ESTADUAL

O futebol de Blumenau registra grandes clássicos envolvendo Palmeiras (Brasil), Olímpico (Blumenauense), Amazonas, Vasto Verde e Guarani. Mas poucos sabem que o confronto Brasil e Bom Retiro nas décadas de 1920 e 1930 provocava fortes emoções no torcedor local.

Fundado em 1926 no bairro homônimo, o Futebol Clube Bom Retiro tinha as cores preta e branca. Esteve entre os grandes clubes do Estado, realizando jogos locais e intermunicipais.

Em 1932, a cidade de Blumenau teve dois clubes inscritos no Campeonato Catarinense: Brasil (primeiro nome do Palmeiras EC/Blumenau EC) e Bom Retiro. No dia 11 de dezembro, houve o confronto eliminatório entre estas duas equipes. O vencedor disputaria a semifinal da competição contra o Brasil de Tijucas.

Um público numeroso assistiu o jogo disputado no campo da Sociedade Ginástica. O Brasil venceu o Bom Retiro por 4 a 1 e avançou para a semifinal.

Foi a única participação do Bom Retiro no Estadual. Na década de 1940, o clube participou da Segunda Divisão da Liga Blumenauense. Como tantos outros clubes de futebol da época, o clube alvinegro foi extinto na década de 1950.

Alguns amistosos do Bom Retiro
3/6/1927 - Bom Retiro 1 x 4 Brusquense (atual Carlos Renaux)
29/7/1928 - Tiradentes (Barra do Rio) 3 x 2 Bom Retiro
6/4/1930 - Brasil 5 x 3 Bom Retiro
4/5/1930 - Bom Retiro 3 x 2 Ypiranga (Encruzilhada)
22/3/1931 - Paysandu (Brusque) 3 x 3 Bom Retiro
26/4/1931 - Brusquense (atual Carlos Renaux) 7 x 4 Bom Retiro
8/11/1931 - Bom Retiro 2 x 7 Avaí (Florianópolis)
24/10/1931 - Bom Retiro 6 x 7 Concórdia (Rio do Sul)
10/8/1930 - Bom Retiro x Irineu Bornhausen FC (Itajaí) (placar não encontrado)
9/1/1932 - Bom Retiro 2 x 2 Caxias (Joinville)
17/1/1932 - América (Blumenau) 1 x 6 Bom Retiro
31/1/1932 - Victória 0 x 1 Bom Retiro
28/2/1932 - Germânia (Jaraguá do Sul) 2 x 3 Bom Retiro
13/3/1932 - Bom Retiro 5x 5 Blumenauese (Olímpico)
3/4/1932 - Blumenauense 1 x 0 Bom Retiro
2/4/1933 - Bom Retiro 2 x 1 Glória (Joinville)
4/9/1932 - Bom Retiro 3 x 3 Figueirense (Florianópolis)

Fontes: acervo de Adalbrto Klüser, Osny Meira e  jornal A Cidade de Blumenau

terça-feira, 3 de abril de 2012

SETE VEZES VICE-CAMPEÃO CATARINENSE

Brasil foi (quase) campeão em 1932

O Blumenau Esporte Clube, fundado em 1919 como o nome de Brasil, foi sete vezes vice-campeão catarinense. A primeira vez foi em 1927 e a última em 1988. Veja as escalações da equipe em cada partida decisiva:

ESTADUAL DE 1927
15/1/1928 - Avaí 3 x 2 Brasil
Local: Florianópolis
Equipe - Gaúcho, Garcia, Neves, Balsini, Netto, Krepski, Razzini, Natal, Ivo, André Sada e Petrelli.

ESTADUAL DE 1928
3/3/1929 - Avaí 4 x 1 Brasil
Local: Florianópolis
Equipe: Orlando Neves, Victor, Emílio, Guerreiro, Razzini, Krespki, Buhr, Mário, André Sada. Natal, Nico e Probst.

ESTADUAL DE 1932
22/1/1933 - Figueirense 7 x 3 Brasil
Local: Florianópolis
Equipe - Eurico, Marquadt, Dário, Heitor Ferraz, José, Schurmann, Mano, Tico, Artilheiro, André Sada e Leal.
- O Brasil venceu a final por 2 a 1, mas a Federação anulou a partida alegando irregularidade na inscrição do atleta José. Novo jogo foi marcado e o Figueirense venceu por 7 a 3. Curiosidade: o "irregular" José atuou neste segundo confronto.

ESTADUAL DE 1944 - A final foi entre Avaí e Marcílio Dias, mas a Federação homologou o Palmeiras e Marcílio Dias vice-campeões.

ESTADUAL DE 1947
7/3/1948 - Palmeiras 3 x 4 América (Joinville)
Local: Blumenau
Equipe - Oscar, Juca, Schramm, Adalberto, Moacir, Pachequinho, Renê, Meirelles, Nicásio, Augusto e Sadinha.

ESTADUAL DE 1955
20/5/1956 - Caxias 2 x 0 Palmeiras
Local: Florianópolis
Equipe - Juca, Gordinho, De Luca, Lázaro, Zé Gaúcho, Lupércio, Michel, Lazinho, Yeger, Martins e Telmo.

ESTADUAL DE 1988
17/7/1988 - Avaí 2 x 1 Blumenau
Local: Florianópolis
Equipe - Walter, Sidnei, Rogério Gaúcho, Colonetti, Almir, Alaércio, Treze (Assis), César Paulista, Itamar, Chicão e Osmair.

Foto: reprodução Rogério Pires/DC/Blumenau

domingo, 11 de março de 2012

FOTO: CAMPO DO BRASIL

Esta imagem foi extraída de um vídeo do início do século passado. Ela mostra onde viria a ser o campo do Brasil (à esquerda) e mais tarde estádio Aderbal Ramos da Silva, em Blumenau. 

É fácil notar as imponentes palmeiras da atual Alameda Duque de Caxias, o rio Itajaí-Açu ao fundo e parte do Centro da cidade, onde também é possível ver a Igreja Matriz São Paulo..

Durante várias épocas, torcedores, atletas e dirigentes uniram forças e transformaram aquele pequeno espaço num estádio de futebol.

Em 19 de julho de 1959, quando Abel Ávila dos Santos estava na presidência do Palmeiras (nome anterior do BEC), foram construídas arquibancadas e o estádio passava a ostentar na fachada o nome Aderbal Ramos da Silva. Ele esteve presente e desatou a faixa inaugural.

Foto: Museu Hering

sexta-feira, 9 de março de 2012

MAIS FORTE DO QUE A RIVALIDADE

Existem clássicos e fatos históricos entre clubes no futebol catarinense. Mas o confronto Blumenau e Avaí apresenta muitas coincidências e histórias incríveis.

A história do confronto começou em 1927 e continua viva até hoje (isso mesmo!). O Avaí é o maior algoz do BEC. Mas a relação é mais próxima do que se possa imaginar. Leia os tópicos e saiba mais.

1927 - O Avaí, campeão de Florianópolis, decide o título estadual contra o Brasil de Blumenau (primeira denominação do BEC). Vitória azurra por 3 a 2. Brasil vice-campeão.

1928 - Mais uma vez a decisão do estadual foi entre as duas equipes. Vitória do Avaí por 4 a 1. Brasil vice-campeão.

1932 - O Brasil decide o título estadual contra o Figueirense. Jogo em Florianópolis. Vitória blumenauense por 2 a 1. Os avaianos secaram o rival alvinegro e dessa vez comemoraram o triunfo do Brasil. Mas a Federação "achou" uma irregularidade na escalação do Brasil e anulou o jogo. Nova partida e o Figueirense venceu desta vez. Brasil vice-campeão.

1938 - Em amistoso no campo da rua das Palmeiras, o Brasil venceu o Avaí pela primeira vez: 3 a 2.

1941 - Amistoso entre Brasil e Avaí marcou a estréia daquele que seria um dos maiores goleiros de Santa Catarina: Adolfinho. O time de Florianópolis venceu por 6 a 4.

1944 - Fase semifinal do Campeonato Catarinense. Em Blumenau, o Palmeiras (ex-Brasil) venceu por 5 a 4. Em Florianópolis, um desastre: Avaí 11 a 1 (e 1 a 0 na prorrogação). Pelo regulamento da época, o Palmeiras foi homologado vice-campeão juntamente com o finalista Marcílio Dias.

1947 - No dia 8 de dezembro o governador Aderbal Ramos da Silva esteve em Blumenau fazendo o lançamento da pedra fundamental do estádio que mais tarde receberia seu nome. Em 1983, o Avaí inaugura em Florianópolis o estádio Aderbal Ramos da Silva. Duas praças esportivas, o mesmo nome.

1980 - Em julho, o Palmeiras altera a denominação para Blumenau Esporte Clube. Nos primeiros seis jogos o BEC manteve-se invicto, mas tinha aparecer outra vez o algoz Avaí no caminho. Lá se foi a invencibilidade. Vitória avaiana por 1 a 0 no Deba.

1985 - Decisão da Copa Governador contra o Avaí. Cerca de 10 mil torcedores lotaram o Sesi. Depois de arrancar um empate sem gols em Florianópolis, o BEC caiu em casa por 1 a 0. Blumenau vice-campeão.

1987 - Decisão da Segundona em Florianópolis. Torcedores do Avaí (secadores) e Blumenau misturavam-se no setor destinado aos visitantes do lotado estádio Orlando Scarpelli. O empate sem gols com o Figueirense deu o título ao time do goleador Chicão. A comemoração uniu avaianos e bequianos. Finalmente o BEC era CAMPEÃO!!!! Os fogos de artifício soltos nos céus de Floripa tinham as cores azul e branco. Em Blumenau, os fogos e festa foram tricolores.

1988 - Jogo decisivo do Estadual de 1988. Mais de 25 mil pessoas estiveram presentes na vitória de 2 a 1 do Avaí sobre o Blumenau. Um dos jogos mais inesquecíveis do futebol catarinense. O time de Florianópolis sagrou-se campeão antecipado. Na última rodada , o BEC venceu o Marcílio Dias. Blumenau vice-campeão.

2012 - O estádio Aderbal Ramos da Silva (Ressacada), reformado e ampliado nos últimos cinco anos, continua sediando jogos do Avaí em diversas competições oficiais. Há cinco anos, em 2007, o estádio Aderbal Ramos da Silva, do Blumenau, era colocado ao chão.

Muitos atletas que jogaram no Palmeiras/Blumenau também vestiram a camisa do Avaí. Alguns deles: Chicão, Osmari, Braulino, Alemão, Dagoberto, Polaco, Bizu, Luiz Everton, Wandeir, Vado, Teffo, Rogério Prateat, Waltinho, Colonetti, Zé Antônio, Wilcemar, Giovane, Dago e Mauro Ovelha (no Avaí como treinador, mas fez um gol contra para os avaianos como atleta).

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

CAMPEONATO CATARINENSE DE 1927

Em 1926, a Liga Santa Catharina de Desportos Terrestres obteve filiação na Confederação Brasileira de Desportos e transformou-se em Federação Catarinense de Desportos – FCD.

A entidade planejou organizar o campeonato de 1927 com a participação de equipes de Joinville, Blumenau, São Francisco do Sul, Itajaí, Tijucas, Tubarão e Brusque.

Mas o precário sistema rodoviário existente na época – não havia pavimentação asfáltica - e a estrutura ainda instável de clubes, inclusive da própria Federação, fez mudar os planos. Apenas um clube do interior se fez presente: o Brasil Futebol Clube de Blumenau.

A FCD optou por realizar uma partida entre Brasil e Avaí, campeão da Capital, para decidir o título de campeão estadual.

Avaí 3 x 2 Brasil
Data: 15 de janeiro de 1928
Local: Campo da Liga (Florianópolis)
Motivo: Campeonato Catarinense
Árbitro: Carlos Baptista (1º tempo) e Frederico Ewald (2º tempo)
Avaí - Boos; Tancredo, Bida, Estevão, Elesbão, Botafogo, Octávio, Accyoli, Sabas, Nanado e Arnaldo.
Brasil - Moro; Emílio Sada, Bush, Heitor Ferraz, Marquardt, Neto, Mário, André Sada, Natal e Nicodemus.
Gols: Accyoli, Sabas(Avaí); Natal (Brasil)
Nota – Não há registro dos goleadores de dois gols, um de cada time.

Campeão: Avaí
Vice-campeão: Brasil

Curiosidades
- A fraca arbitragem foi duramente criticada pelos dois times. No intervalo, Frederico Ewald substituiu Carlos Baptista.
- A partida não chegou ao fim. O Brasil abandonou o campo após um pênalti marcado nos minutos finais a favor dos avaianos.
- O ingresso para assistir o jogo custava dois mil réis e a renda alcançou a marca de 377 mil réis. Os militares pagavam metade do valor. A estimativa é de um púbico entre 300 a 400 torcedores (incluindo crianças, mulheres, penetras, convidados e não pagantes).
 
Fonte: arquivo de Adalberto Klüser / O Estado / resoluções Federação Catarinense de Desportos

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

BRASIL ESPORTE CLUBE

No dia 19 de julho de 1919, um grupo de amigos, que gostavam de futebol, reuniu-se na Confeitaria Samuel Kratz em Blumenau e fundou o Brasil Esporte Clube. As cores adotadas foram branca e verde. Era praticamente a mesma turma que em 1918 havia criado o Brasil Futebol Clube, mas não obteve êxito.

A sede temporária foi numa sala do tradicional Hotel Esperança, cedida pelo proprietário Bausch, na rua XV de Novembro, onde mais tarde foi erguida a Casa Willy Sievert.

O comerciante e esportista Arthur Rudiger foi escolhido para ser o primeiro presente. A diretoria inicial teve os seguintes nomes:
Presidente Arthur Rudiger
Vice-presidente Carlos Sada
1º Secretário Fritz Gassenferth
2º Secretário Vitorino Braga
Tesoureiro Alfredo Campos
Orador Armando Rios
Encarregado de Esportes Fritz Amann

Nos primeiros anos era difícil encontrar adversários. Por isso, os atletas do Brasil eram divididos em duas equipes e realizavam acirrados jogos no precário campo situado na rua das Palmeiras. O local tinha um desnível de quase um metro e cheio de imperfeições.

A abnegação e esforço de atletas, comissão técnica e de dirigentes conseguiu nivelar e dar melhores boas condições. Foi construída uma cerca de madeira e colocação de novas traves.

A maioria dos jogadores, mesmo em dias de chuva ou forte calor, não mediram esforços para finalizar as obras. Com pás e enxadas nas mãos eles suaram para dar ao Brasil um lugar onde poderiam orgulhar-se e jogar.

A inauguração do campo ocorreu no dia 3 de junho de 1927 com a realização de cinco jogos. Pela manhã, houve dois jogos amistosos: Brasil C 2 x 0 Amazonas B e Brasil B 0 x 5 Blumenauense B.

No período vespertino, por volta das 14 horas, teve início o Torneio Orlando Neves. Os jogos tinham duração de 60 minutos (30 minutos cada tempo, sem intervalo), fato comum ainda preservado nos festivais esportivos de nossos dias.

O Brasil venceu o clássico contra o Blumenauense por 2 a 1 e o Brusquense goleou o Bom Retiro por 4 a 1. Na final o anfitrião venceu o time de Brusque por 2 a 1 e conquista a Taça Orlando Neves.

A equipe campeã atuou com Orlando; Emilio Sada, Guerreiro, Razzini, Krebski, Buhn, Mário, André Sada, Lindolfo Natal, Nico e Curt Probst.

CAMPEÃO CATARINENSE, MAS NÃO MUITO

Em 1930 e 1931 o Brasil esteve ausente do estadual. Voltou em 1932 e passou por uma experiência terrível e dolorosa. Talvez a pior da Era Brasil.

Quatro equipes inscreveram-se para o campeonato: Figueirense, campeão de Florianópolis; Brasil de Tijucas, Bom Retiro e Brasil, os dois de Blumenau.

No dia 11 de dezembro de 1932 o Brasil venceu o Bom Retiro por 4 a 1, gols de Artilheiro, André Sada (2) e Mário. Krepski fez o gol do alvinegro.

Na semifinal, dia 18, o adversário foi o conhecido Brasil de Tijucas. O representante de Blumenau venceu por 6 a 3, gols de Leal (3), Ramos, Artilheiro e Mário.

A decisão seria contra o Figueirense no estádio Adolfo Konder, dia 8 de janeiro de 1933. Uma excelente atuação do Brasil empate de 1 a 1 no tempo normal. Na prorrogação, Mário fez o gol que deu o título de campeão catarinense aos blumenauenses.

O retorno da delegação alvi-verde e a chegada em Blumenau foi festiva e os atletas voltaram como heróis.

A alegria durou pouco tempo. Pouco menos de 96 horas depois da partida, a Federação recebeu protesto do Figueirense. A alegação era que o centromédio José atuou de forma irregular.

O caso não ficou bem esclarecido, mas a informação era que o atleta havia sido contrado junto ao Caxias de Joinville por 1.500 réis, o que a legislação da época não permitia. O futebol ainda era amador.

O Brasil teve o título cassado e a FCD marcou uma nova decisão para o dia 22 de janeiro, mais uma vez no estádio Adolfo Konder.

O forte e quase insuportável calor do verão ilhéu não impediu que muitas senhoras e belas jovens dessem ao ambiente um aspecto alegre e festivo.

O primeiro tempo foi bastante disputado e a vantagem foi alvinegra, 4 a 2. André Sada desperdiçou a cobrança de penalti chutando nas mãos do goleiro Metralha. O fato causou certo desânimo ao Brasil.

Antes de iniciar o segundo tempo, os dirigentes do Brasil solicitaram em vão a troca do árbitro. O clima e a situação criada em volta do jogo mostrava que o time blumenauense viria a conquistar a vitória.

O “emprego da brutalidade foi injustificavelmente franqueado” pelo árbitro, segundo publicou o jornal A Pátria, de Florianópolis. Isso fez desaparecer o brilho que o evento prometia. Muitas famílias reclamaram a prática abusiva de faltas e a isenção do juiz da partida em coibi-las.

A principal vítima foi o atleta Heitor Ferraz, do Brasil. Num choque violento com um jogador do Figueirense, ele teve a perna fraturada. Teve que ser levado ao Hospital de Caridade onde os médicos imediatamente fizeram exames e colocaram gesso. Schurmann sofreu grave lesão no rosto, mas não precisou ser hospitalizado.

A violência, a má arbitragem, a fratura de Ferraz, a contusão de Schurmann e a falta de esperança em reverter a situação, proporcionou desinteresse na equipe do Brasil. Com isso o jogo transformou-se num ataque contra defesa em favor do alvinegro.

O goleiro Eurico fez defesas fantásticas e causou admiração dos maravilhadores torcedores presentes no campo da Liga. Mesmo com sua grande atuação o placar ficou em 7 a 3 para o Figueirense, que desta forma sagrou-se campeão estadual.

O Brasil atuou com Eurico; Marquadt, Dário, Ferraz, José (ele mesmo), Schurmann, Mário, Tico, Artilheiro, Andre Sada e Leal.

Em matéria publicada no dia 25 de janeiro de 1933, o jornal A Patria publica reportagem sobre o profissionalismo no futebol e discute o caso José, que levou a federação a marcar uma nova final do Estadual. Questiona também porque José atuou no segundo jogo. Afinal, se estava irregular no primeiro, porque estaria em condições desta vez?

O Brasil retornou para Blumenau decepcionado e sem Heitor Ferraz, que ficou internado no Hospital de Caridade. O atleta viria receber alta apenas em março.

Quinze dias depois do fatídico jogo do Estadual, o Brasil volta a jogar. Desta vez enfrentou em amistoso o Combinato de Itajaí. Venceu fácil por 6 a 1.

O Figueirense continuava entalado na garganta e a diretoria convidou o campeão catarinense para um jogo em Blumenau. Convite prontamente aceito pelos alvinegros.

No dia 15 de fevereiro, no campo da rua das Palmeiras, o Brasil atropelou o Figueirense por 8 a 1. Mostrou para todo o estado que não era o campeão, mas sim o melhor de Santa Catarina. Foi apenas um amistoso, mas serviu para erguer o moral da nação alvi-verde.

Neste período de bom futebol, o Brasil registrou excelentes resultados e até um placar histórico: no dia 2 de abril de 1933 atropelou o Vitória, do bairro Velha, por 15 a 2.

PRIMEIRO DO INTERIOR NO ESTADUAL

CAMPEONATO CATARINENSE
Em 1926, a Liga transformou-se em Federação Catarinense de Desportos (FCD), obtendo filiação na Confederação Brasileira de Desportos.

O Brasil de Blumenau foi o primeiro representante do interior do Estado a filiar-se na FCD. A aprovação da inscrição ocorreu em 20 de setembro de 1927, conforme oficio número 212 de 22 de setembro enviado ao clube.

Em 2 de outubro de 1927, antes de viajar para o Rio de Janeiro, onde disputaria o Campeonato Brasileiro de Seleções, o selecionado Catarinense, com André Sada entre os convocados, realizou um jogo amistoso com o Brasil de Blumenau. O “scratch” barriga verde venceu por 6 a 1.

A Federação havia planejado um amplo Campeonato Catarinense em 1927, com a possível participação de equipes de Joinville, Blumenau, São Francisco do Sul, Itajaí, Tijucas, Tubarão e Brusque.

Mas o precário sistema rodoviário existente na época – não havia pavimentação asfáltica - e a estrutura ainda instável de clubes, inclusive da própria Federação, fez mudar os planos.

Com apenas um clube do interior, a FCD optou por realizar uma partida entre Brasil e Avaí Futebol Clube, campeão da Capital, para decidir o título de campeão estadual.

A histórica partida ocorreu no dia 15 de janeiro de 1928, no campo da Liga (mais tarde transformado em estádio Adolfo Konder), em Florianópolis.

O Brasil chegou na Capital com a fama de melhor time do Vale do Itajaí. Os blumenauenses, mesmo derrotados, tinham deixado boa impressão no amistoso diante da Seleção Catarinense.

Os irmãos Emílio e André Sada, o centro médio Neto e o atacante Natal eram vistos com respeito pelos adversários. Sada defendia a posição de destaque que recebeu da imprensa carioca durante o Campeonato Brasileiro de Seleções.

Um público estimado em 400 pessoas (incluindo crianças, mulheres, penetras, convidados e pagantes) esteve presente, número razoável para a época.

O jogo teve um início assustador. A impressão era que os atletas nunca haviam jogado futebol. O peso da decisão e a rivalidade já existente entre interior e Capital colocava os nervos em alta rotatividade.

A bola era freqüentemente atirada para longe do gramado. O lema “bola pro mato que o jogo é de campeonato” já era seguido à risca.

A arbitragem foi amplamente criticada pelos dois times. No intervalo houve a troca de árbitro. O criticado Carlos Baptista foi substituído por Frederico Ewald. A iniciativa não foi melhorou a situação disciplinar e técnica.

O Jornal Folha Nova, de Florianópolis, relatou em notícia sobre o jogo que “o senhor Frederico Ewald, todas as vezes que ia indicar o local onde havia ocorrido uma falta, caminhava a passo de lesma...Veremos futuramente o “referee” atuar sentado em uma poltrona”.

O confronto sequer chegou ao fim, pois o time alvi-verde abandonou o campo após um penalti marcado nos minutos finais a favor dos avaianos.

A confusão aconteceu até no placar do jogo. Dois gols marcados – um para cada equipe – foram prudentemente anulados pelo árbitro. O Avaí venceu por 2 a 1 e sagrou-se campeão. Accyoli e Sabas marcaram para os azurras e Natal para os blumenauenses.

Em sessão de 17 de março de 1928, a Federação homologou o Avaí campeão do Estado e enviou carta aos clubes em 20 de março de 1928, informando que “independente da apresentação do relatório do boletim (súmula)”, o jogo terminou 3 a 2 para o Avaí.

No ano seguinte, a FCD conseguiu novas filiações. Quatro equipes do interior (Brasil de Blumenau; Caxias de Joinville e Brasil de Tijucas e Independência, de São José) inscreveram-se para o Campeonato Estadual. O vencedor de uma fase classificatória disputaria a final em Florianópolis contra o Avaí, tricampeão da Capital.

O Caxias nem chegou a entrar em campo. Alegou que o telegrama informando a data e local do jogo contra o Brasil, em Blumenau, chegou em cima da hora e resolveu não viajar. No domingo seguinte foi a vez do Brasil não ir a Joinville. A Federação estudou o caso e confirmou os blumenauenses na fase seguinte.

No dia 24 de fevereiro de 1929, em Blumenau, O Brasil blumenauense superou o homônimo tijuquense por 6 a 0. Uma vitória histórica, a primeira oficial de um clube de Blumenau.

A final do campeonato ocorreu no dia 3 de março, no campo da Liga, em Florianópolis. O Avaí venceu por 4 a 1. O resultado foi bastante contestado pelos blumenauenses. Um clima hostil, brigas em campo e fatos que causaram indignação aos atletas e dirigentes levaram o Brasil e desligar-se da FCD.

A ausência durou menos de um ano. O clube foi reintegrado e inscrito no campeonato de 1929. A estréia foi no dia 1º de dezembro, em Brusque, e o Brasil massacrou o Brusquense por 10 a 2. Na segunda fase foi a Itajaí e perdeu de 3 a 1 para o Lauro Müller encerrando a competição em quinto lugar